sábado, dezembro 31, 2005

On my knees


E agora

Ardemos em chamas de loucura
Voámos entre nuvens de ternura
E assim, teu corpo deslizou em mim
A magia soltou-se por fim
Até que…
Dos Céus caíram dúvidas
Minha Alma gritou “Dúvidas?!”
E o Mundo tremeu...

Agora somos anjos caídos
Rastejando quase sem sentidos
Silêncios feridos…
Pela dor… dor… dor…

E agora a luz que me trazes é negra
Meus sonhos são feitos de pedra
E a Morte parece sincera
Nesta dor… dor… dor…

E agora o tempo não passa só escorre
Pelas paredes, será que não morre?
O teu cheiro inunda o meu espaço
Os teus gestos em tudo o que faço
E a falta que um abraço me faz…
São lembranças que vento me traz

E agora neste silêncio só ouço a tua voz
Rugidos silenciosos de um animal feroz
Que me invade e devassa
Me consome em desejo, não passa…
Teus fantasmas dançam no meu corpo
Gritam loucos, deixam-me quase morto

E agora minhas mãos não tocam as tuas
Sou vampiro errando pelas ruas
E agora meus lábios não se colam aos teus
Sou crente a tudo menos a Deus
E agora meus olhos não vêem os teus
Minhas lágrimas são estrelas caindo dos Céus
E agora no meu mundo deixou de haver cor
Tudo negro, negro cor de dor

E agora o meu sangue vai jorrar pelas estradas
Meu sorriso perder-se nas casas
E o Mar levar-me
E o Mar levar-me

E agora só o Mar me leva
E agora só o Mar me leva
E agora só o Mar….

31/12/05

To L.

Voltar para a frente

Tudo o que me trazias fugiu
E eu não quis agarrar tudo o que existiu
Nasci para voltar a morrer
Nasci para voltar a morrer
Perdi a luz do teu ser
Perdi os sonhos e os planos
As memórias e os momentos
Os sorrisos os lamentos
E o brilho que existia em ti

Tudo o que me fazia tão feliz
Foi lançado aos ventos porque assim quis
O que em mim nasceu foi só para morrer
O que em mim nasceu foi só para morrer
Perdi o sol que me fazia arder
Perdi o sentido e a razão
A rota e o caminho
E fiquei tão sozinho
Sem tudo o que existia em ti

Eu não sei o que me deu
Para destruir tudo o que era meu
Eu não sei que voz choro
Nem que tempo demoro
A voar sem asas no teu céu

Eu não sei que loucura me cegou
Que vontade me prendeu e levou
Eu não sei que grito mais hei-de soltar
Nem que sonhos sonhar, nesta praia sem mar
Neste “nós” sem “eu”
Neste céu de veludo
Em que as estrelas são lágrimas
Em que tu eras tudo
Nas páginas de um livro que ardeu

Levei o mundo para longe de ti
E num sono profundo
Sem olhar para trás, assim parti
Levaste o mundo para longe de mim
E num último segundo
Suspiros sem rumo trouxeram um fim

31/12/05

sexta-feira, dezembro 30, 2005

From Sadness to 2k6

Estou cansado. Tenho dormido muito pouco ultimamente. Afundei um bocado nestes últimos dias. Esta época deprime-me sempre um pouco mas este ano fê-lo de uma forma muito mais intensa, muito mais marcante. É como se todos os meus fantasmas, dúvidas e tristezas se apoderassem de mim ao mesmo tempo. Que desatino :o(
Tenho saudades da minha vida quando estava estável. Às vezes sinto-me um burro por ter largado tanta coisa que me preenchia. Ceguei e não quis pensar num cenário como este em que me encontro agora. Sinto saudades de tudo. Nunca mais passeei. Que saudades de pegar no carro e ir descobrir novos lugares, sem stresses, sem monotonia, sem horários para cumprir.
Sinto saudades de sair do serviço e saber que ía estar com alguém. Agora já sei que saio para estar sozinho em casa. Não é todos os dias mas é esta a nova rotina. Antes a rotina era estar com alguém, agora é estar sozinho.
Sinto saudades de ser acarinhado. Sou uma pessoa dócil e carinhosa e preciso imenso de me sentir seguro e acarinhado. Gosto muito de dar e receber mimos, é tão bom... Abraçar, beijar, dormir agarrado ou de mãos dadas... Dizer e ouvir coisas bonitas ("Amo-te", "És tudo para mim", "Tenho saudades"). Sentirmo-nos seguros e bem... ali. Não querer estar em mais lado nenhum que não seja "ali".
Sinto saudades de brincar e rir até às lágrimas. Quando me lembro de certas brincadeiras que tinha, de certas coisas que fazia no gozo, fico extremamente melancólico e queria ter uma máquina para viajar no tempo e voltar a esses momentos.
Sinto saudades de surpreender alguém com 1 presente inesperado ou agarrar na pessoa e levá-la a um sítio especial sem que ela estivesse à espera. Esses momentos são sempre tão especiais. E é tudo tão bom, surpreender é das melhores coisas que podemos fazer numa relação. Quebrar a monotonia e dar espaço à criatividade e ao melhor que existe numa relação: os sentimentos que nos fazem felizes.
Sinto saudades do tempo em que estava meses (anos?) sem chorar. Em que as tristezas não duravam mais do que umas horas ou muito poucos dias. Em que os momentos maus eram atenuados pelo carinho e apoio que recebia, pela segurança que tinha, pelo bem que me sentia apesar desses momentos menos bons. Estive para criar um blog nesse tempo para dar azo à minha criatividade humoristica, acabou por nascer este... tão mais negro e triste. Quem diria...
Sinto saudades do tempo em que tinha a vida planeada e o facto de ter a minha parte sentimental estável me permitia aplicar noutros campos de investimento pessoal como na minha formação pessoal ou lazer. Agora não tenho vontade de nada, sinto apenas um grande buraco em mim, uma grande falta de segurança. A minha relação servia como plataforma onde me segurava e de onde conseguia saltar para investimentos em mim.
Sinto saudades de tudo o que existia em comum entre nós. De ir jantar fora, de ir ao cinema, de ver filmes abraçados, de ir às compras, de passear, de partilhar os nossos dias e experiências, de tudo tudo tudo...
Desci do Céu ao Inferno em muito pouco tempo. Está a ser um choque muito grande. Há furacões que varrem as nossas vidas e não deixam nada de pé. Não sei como me deixei alterar, como permiti que em mim tudo mudasse. Eu tinha praticamente tudo e atirei-me para o vazio, na ilusão de estar a fazer o mais certo, de estar a seguir o caminho que me permitiria sentir realmente completo. Engano da alma. Ilusão estúpida que me desfez e deixou na lama. Gostava de encontrar todos os autores das musicas, frases e livros que nos dizem para seguir o coração e dizer-lhes "Estão enganados! Sigam a razão! Não desperdicem o que é estável e sólido! Mais vale não ser feliz e estar estável do que não ser feliz e perder tudo.". Apetece-me espancá-los por me terem influenciado tanto. Por aquelas letras parecerem tão certas e principalmente por parecerem surgir sempre nos momentos de maior fragilidade. "Can a taste of Love be so wrong?" - Smashing Pumpkins (Muzzle).

2006 vem aí... Vai ser um ano melhor que este, tenho a certeza absoluta. Pior é difícil :oP Mas a sério, tenho um grande feeling de que vai ser melhor, muito melhor. Não sei porquê mas sinto-o.
Desejos para 2006? Só um: estabilidade emocional. É o que verdadeiramente me faz falta. É a base para tudo o resto poder estar bem. Há algumas palavras e momentos de diferentes pessoas que me fazem por um lado querer afastar de vez e noutros casos querer aproximar. Sinto uma fome de estabilidade tão grande que começo aos poucos a acreditar que seja capaz de me atirar de cabeça e dar ouvidos a quem acredita poder fazer-me feliz. Nem é por acreditar com o coração de que isso possa acontecer a curto prazo mas mais numa perspectiva de cagar em tudo o resto e "ver em que é que dá". Nunca fui assim mas estou tão farto e tão cansado que me sinto cada vez mais tentado em fazê-lo. "Experimentar, ver no que dá", palavras que sempre achei pouco cautelosas mas... por que não? Que se lixe o resto, move on...
Para todos os outros desejo felicidade, saúde, money (em quantidade suficiente, nada de ganâncias), estabilidade e acima de tudo que consigam sorrir e rir em todos os dias do ano.
FELIZ 2006!!!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Some more words


Não me sai da cabeça o refrão da música Telepatia (“E a sorrir devorámos o Mundo, num abraço tão profundo”). Acho que diz tanto, ou melhor, toca-me tanto. Tem duas palavras-chave: sorrir e abraço. Duas das coisas mais importantes do mundo. É tão bom sorrir. É tão bom abraçar. Então abraçar ao mesmo tempo que se sorri… Também gosto do “devorámos o Mundo”, é intenso, é forte. Devorar o mundo com um sorriso, abraçando-se… Um abraço é conforto, é ter a outra pessoa perto, agarrada a nós. É calor, é um gesto mágico de partilha de afecto. Sorrir é alegria. Sorrir por e para alguém então é maravilhoso. Só falta uma coisa: o beijar. Abraçar, sorrindo e beijar...

Ultimamente tenho-me debatido com pensamentos sobre o que realmente procuro em alguém. Há vários factores importantes. Á partida tem que haver uma certa química. Aquela vontade que nos impele para o outro. Tem que haver desejo, pulsão. Tem que haver aquela força que transforma os corpos em ímans, atraindo-se, querendo colar-se um ao outro. Isso é essencial, sem isso não vale a pena. Tem que haver paixão, amor, desejo, vontade!
Depois tem que haver confiança. Sem confiança qualquer relação nos torna incompletos e nos impede de sermos nós mesmos. E essa confiança não é só no outro, é em nós mesmos. Quando estou numa relação penso à partida que se a outra pessoa está comigo é porque realmente gosta de mim, se não gostasse estaria com outra pessoa. Não sou ciumento, embora ache que tem que haver um mínimo de ciúme saudável de ambas as partes, senão é desprendimento total. Mas esse ciúme saudável não implica falta de confiança, nada disso, é apenas uma forma de dizer que amamos mas sem controlar a outra pessoa. Detesto controles, pressões ou desconfianças. Não há nada como o diálogo aberto sobre as coisas. Só isso nos liberta e permite que sejamos nós mesmos. Não me imagino numa relação a andar constantemente a inventar desculpas para que a minha namorada não ficasse chateada, não me vejo a deixar sequer que ela me condicionasse fosse de que jeito fosse. Uma relação deve permitir a individualidade de ambos e permitir-lhes ser livres dentro dos limites óbvios de fidelidade. Se estou com alguém é porque realmente quero estar ali, se não quisesse simplesmente não estava. As relações não deve ser prisões, devem ser plataformas onde possamos ir buscar forças para ir superando os nossos problemas do dia-a-dia. Uma relação não deve ser nunca ela própria fonte de problemas, não faz sentido se o for.
Outra coisa importante e que está relacionada com a confiança é a segurança. Não pode haver dúvidas acerca do que se quer. É preciso que ambos se conheçam bem e saibam que o caminho que querem seguir é um caminho comum. Tem que haver vontade de fazer planos em comum. Tem que haver partilha de sentimentos, sem medo de se dizer “És tu quem eu quero. És tu quem eu Amo.”. Num relacionamento a pessoa tem que se sentir Amada, segura nessa relação. Não me veria nunca numa relação em que houvesse dúvidas, fosse de que lado fosse.
Cada vez me apercebo mais que procuro alguém que me faça sentir bem, que me faça sorrir e que me dê vontade de estar ali. Sentido de humor é requisito essencial. E que tenha vontade de brincar! Que me faça sentir criança em determinados momentos. É tão bom! Tem que ser alguém com quem eu me veja a envelhecer. Sim, porque uma relação que não seja para ser a longo prazo, mais vale nem existir. Por isso tem que ser alguém com quem seja agradável conversar, que seja carinhosa e compreensiva. Pois quando formos velhos isso será essencial, a companhia de alguém que nos ama e sabe como nos fazer sentir bem. Isto está relacionado com outro factor que é o ter que ser inteligente. Mais do que bonita, tem que ser inteligente. A beleza é passageira, a inteligência amadurece, não se perde. Tem que saber surpreender-me. Uma mulher inteligente é algo extremamente estimulante. :o)
Existem por aí milhares de mulheres que encaixavam neste perfil, mas as coisas não são assim tão lineares. Um dia terei novamente certezas e optarei por um caminho. Não sei quando nem com quem. É somente uma questão de tempo, de clarear ideias e sentimentos. Penso que às vezes até pode ser uma questão de arriscar. Arriscar ser feliz. Não sou muito de correr riscos mas neste campo cada vez tenho menos medo de arriscar…

Se tivesse que escolher uma prenda de Natal seria uma viagem a Paris (pelo meio 2 dias na Eurodisney) na companhia de alguém que tivesse as características que referi acima. Eu pago a viagem! lolol Mas teria que ser numa época mais quentinha. Um passeio a 2 pela cidade do Amor, hum… parece-me mesmo aliciante. E ser criança na Eurodisney… Quem sabe em 2006?

20/12/05

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Dark Star

Dark Star

Tell me when
Tell me where
And I’ll be there
To protect and murder you
To remember and forget you
Until I die

Tell me why
Tell me how
Just do it now
My tears of blood will give you life
And change the path of our lives
Until we die

And here we are
Amongst the ruins of broken hearts
Where demons cry
And ghosts fly
Where the pain sings
And dreams fall with broken wings

My body is yours
Do as you please
Do as you like
Do as if you might
Turn stars to dust
And silence to fuss

Tell me when
Tell me where
And I’ll be there
To adore and detest you
To heal your soul and destroy you
Within my heart

Tell me why
Tell me how
Just do it now
Satisfaction and desire
Pure love of ice and fire
Within our hearts

And I will go
You know
And then you'll know
How much you need me
Deep in you
It will show
And stars will turn to dust
And dreams will burst
In sadness and loneliness
In madness and craziness
Until Gods cry
And Demons desire to die

19/12/05

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Enfertuna


"A hora da despedida só durará um minuto
Mas fica na minha vida como 100 anos de luto..."



Muito Obrigado!

terça-feira, dezembro 13, 2005

Free?


Not me

I lost it in your eyes
I lost the sun in the sky
I go where the cool wind blows
I go where no one knows

Take you for a ride
Take you to the other side
And in my heart I feel no one
And you can’t kill me with your gun
You can’t kill me with your gun

Take you as a child
Take you for a while
And in my ears I hear this voice
And in my mind I hear a voice:

Hey man! You’ve got to lose your pain
Bring yourself up to heaven again
Hey man! You’ve got to change your way
Go ahead and start doing it today

Free? Not me… Not me…

I’m burning with no fire
I’m running out of desire
I go where the shiniest star glows
I go where no one knows

Take you for a ride
Take you to the other side
And in my heart I feel no one
And you can’t kill me with your gun
You can’t kill me with your gun

Take you as a child
Take you for a while
And in my brain I hear this voice
And in my soul I hear a voice:

Hey man! You’ve got to lose your pain
Bring yourself up to heaven again
Hey man! You’ve got to change your way
Go ahead and start doing it today

Free? Not me… Not me…
Not me…

Where the angels sleep
I will weep
Where the angels sleep
I will weep
Where the angels fly
I will cry

11/12/2005

domingo, dezembro 11, 2005

Songs

Queria agradecer ao Luís e à Patrícia por me terem enviado as letras de 2 músicas.
A 1ª eu já conhecia e até gostava, mas nunca me tinha debruçado ou estado atento à letra. É a Telepatia da Lara Li (podem ler a letra aqui --> http://cotonete.clix.pt/search/song/song_home.asp?query=24418 )
Curto a doçura da voz da Lara Li. A música apesar de velhinha consegue mexer cá dentro. :o)


A 2ª é a música "Deixa o mundo girar" dos Polo Norte (podem ouvir aqui -> http://www.pnorte.pt/ ou ler a letra aqui -> http://vagalume.uol.com.br/polo-norte/deixa-o-mundo-girar.html )
Não sou fan de Polo Norte. Sempre me passaram ao lado. Mas gostei da música e principalmente da letra. Tens razão Patrícia, não há nada como "deixar o mundo girar". E girar com ele :oP O meu mundo gira e eu vou onde ele me levar, sem medo, sempre a olhar para a frente. Sempre fui assim e nunca me arrependi. Ahead is the way!

Natal

O Natal aproxima-se. Cada x gosto menos do Natal. Deixa-me triste, deprimido. Se já antes o fazia, agora muito mais. Saio à rua e vejo competições de vizinhos a ver quem tem mais luzes. Vou às compras e tudo me parece ridículo. "Promoção de Natal: gambas a xx €". Mas que raio têm as gambas a ver com o Natal?! As gambas e tudo o resto, que têm tanto a ver com o Natal como com a Páscoa ou qualquer outra altura... Vejo as pessoas numa correria, em filas para comprar os presentes. Observo-as nesse frenesim, completamente stressadas. É isto o Natal? Olho as pessoas, examino-as e não as vejo felizes nesta altura. Vejo-as sim, completamente stressadas a tentar comprar tudo enquanto é tempo, a correrem e a atropelarem-se para estar na fila dos embrulhos... Ouço a música de Natal e sinto-me só. Não sei explicar porquê. O Natal faz-me sentir só.
Acho que só conseguirei gostar do Natal quando um dia tiver filhos. Nessa altura sim, acho que conseguirei gostar novamente desta época. O Natal é para mim cada x mais das crianças e menos dos adultos. Para as crianças é alegria, são prendas, brinquedos novos. É uma altura mágica. Quem me dera ser criança novamente... Esperar ansiosamente o momento de abrir as prendas e sentir-me feliz, aconchegado.
Tenho que comprar prendas. Stressa-me ter que o fazer. Há muito que o Natal se tornou uma obrigação. Cada x mais se dão prendas por obrigação. Damos pq sabemos q vamos receber, damos pq é suposto darmos nesta altura. Tudo à nossa volta nos obriga a isso, nos pressiona a tornar a noite de 24 para 25 na "noite das prendas". Eu sempre gostei mais da frase "O Natal é quando o Homem quer". Dar sem datas marcadas é muito mais genuíno. Dar por se gostar e não dar por obrigação. Não quero com isto dizer que uma maioria das prendas que se dão não sejam por se gostar. O que acho é que cada x mais somos pressionados a dar, a rendermo-nos ao comércio e ao fazer isto esquecemos o que deveria realmente ser o Natal.
Natal não deveria ser comércio. Deveria ser paz, carinho, Amor, família. Mas... é preciso haver um dia para isso tudo? Para mim isso deveria ser nos 365 dias que o ano tem... É preciso datas para celebrarmos o Amor? É preciso alturas para darmos? É preciso que nos lembrem que temos que dar prendas a quem gostamos?
Acho que vou mudar o meu Natal para algum dia lá para o meio do Verão. Vai ser a minha forma de protestar contra isto tudo. Chego a meio de Agosto, compro prendas para toda a gente e entrego-as dizendo Feliz Natal. Acho que teria muito mais significado e seria bem mais marcante... Tou a brincar...

Está a chegar o Natal... Tenho pouca coisa a pedir ao Pai Natal. Não quero muito, ou melhor, o pouco que quero já seria muito para mim. Não quero bens materiais, não quero dinheiro nem sucesso. Disso tenho o suficiente para viver descansado. Não sou muito exigente... Queria estabilizar novamente a minha vida. Encontrar um caminho seguro para eu seguir. Encontrar novamente um motivo para sonhar e acreditar no que se sonha. E embora a vida me comece a apresentar alguns caminhos novos, queria acreditar num deles. Ainda não consigo, mas talvez o Pai Natal me inspire e me faça acreditar. Queria sentir-me bem ao seguir um desses caminhos, aliás, bem não porque bem eu sinto. Muito bem, excepcionalmente bem. Completo. Queria sentir e pensar "vou por aqui pois acredito que neste caminho me sentirei feliz". Pai Natal, faz-me acreditar...
11/12/2005

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Nada acontece por acaso

Conhecemo-nos dia 14 de Fevereiro (Dia dos Namorados) - Coincidência? Curiosidade? Sinal dos Céus? Ou somente o início de algo que poderia ter sido muito especial?

Lágrima


Tudo me dói. E dói com a força de mil sentimentos. Queria-te aqui... para sempre. Queria dizer-te tanta coisa que tenho em mim. Queria ver-te sorrir e apaixonar-me novamente por esse sorriso. Queria abraçar-te... muito, com muita força. Colar-te a mim. Queria que acreditasses em nós, que tivesses força para que existisse um "nós". Queria viver feliz, contigo a meu lado.
Mas é difícil.
Então choro e morro. Viro-me para o meu caminho e corro para a frente. Sem olhar para trás. Corro por nós, para longe de nós. Corro, corro, corro. Vou com o coração despedaçado, com os sonhos estilhaçados. Mas vou...
Tínhamos tudo. Eras tudo para mim. Tínhamos tudo, tudo, tudo. Já nem sei o q me custa mais, se estar longe ou estar perto. Tudo me custa, sem ti. Tudo me dói, sem ti. Tudo em mim quer partir para sempre... por mim, por ti, por Nós.

Estou farto
Estou triste
Estou cada x mais longe
De ti
De nós
E até de mim

domingo, dezembro 04, 2005

Words...


Sinto-me preso. Completamente preso na minha suposta liberdade. Sinto-me impossibilitado de fazer ou dizer o que mais gostaria de dizer ou fazer. Sinto-me preso em mim, preso a esta liberdade que ilude tanto. A liberdade só existe se estivermos presos a alguém. Quem consegue ser mais livre do que aquele que tem consigo quem o faz feliz? Liberdade é podermos estar com quem nos completa sempre que quisermos. Liberdade é podermos dizer a essa pessoa o que sentimos por ela, o bem que nos faz, a saudade que sentimos quando está longe. Liberdade é ouvi-la dizer isso tudo também. Só somos livres numa relação de harmonia com a pessoa amada. Tudo o resto é prisão. Liberdade é sermos nós mesmos e amarem-nos por isso. Só somos livres quando temos connosco quem nos faz sorrir. Quem nos torna especiais. Quem nos faz ultrapassarmo-nos a nós mesmos. Só somos livres no carinho, na cumplicidade especial, nos sentimentos que partilhamos. Só somos livres na felicidade. Eu não sei ser livre de outra forma.

Sinto-me preso. Sinto-me como se me tivessem cortado as mãos e as pernas. Como se me tivessem cozido os lábios e não pudesse falar. Como se me cegassem e me impedissem de ver. Sinto-me preso aos dias que passam tão devagar. Sinto-me fechado num quarto sem portas ou janelas.

Queria voar. Queria encontrar novamente alguém que me fizesse sentir especial. Sem dúvidas ou dificuldades. Apenas sentimentos e felicidade. Queria encontrar-te. Tu. Não sei quem és ou de que forma surgirás na minha vida. Mas sei que existes algures. Sei que o teu caminho encontrará o meu. Só não sei onde estás. Onde te escondes. Quando virás. Só não sei quem és… Queria voar… Sentir-me completo. Sentir que te tenho aqui ao meu lado. Sentir novamente que é possível sonhar. Ahhhh Sonhar… É tão bom sonhar! Que saudades que eu tenho de sonhar… Imaginar que envelhecerei ao teu lado, que juntos construiremos o futuro. Imaginar-te comigo todos os dias até que deixem de haver dias em nós. Sonhar-te sempre Feliz. Imaginar que partilharemos filhos, casa, animais, VIDAS… É tão bom quando podemos sonhar. É tão bom ter alguém que sonhe ao nosso lado. É tão bom quando o sonho nos parece tão perto e tão tão tão certo... Onde estás para me fazeres sonhar? Quem és?

Queria voar. Preciso urgentemente de asas novas que as que tinha foram cortadas. Preciso de liberdade. Preciso de ser livre de te dizer que te Amo por tudo o que és, por tudo o que me fazes ser. Que és tudo o que sempre quis. Que tens tudo o que sempre procurei. Preciso de ser livre de te abraçar e beijar sempre que quiser. De faze-lo feliz por o estar a fazer, sem pensar em consequências ou nos “porquês”. Preciso de ser livre de me sentir tão bem ao teu lado, de poder gritar ao mundo “És tudo para mim”. Preciso de ser livre de sorrir contigo, de ver os teus olhos brilharem. Preciso de ser livre de sermos crianças e brincarmos inocentemente. Preciso de ti. Onde estás? Quem és?

A Vida dá muitas voltas. Já estive preso. Já fui livre. O Destino brinca connosco. Lança-nos desafios, dá-nos oportunidades. A nossa felicidade depende da forma como superarmos esses desafios ou como aproveitarmos as oportunidades que nos vão surgindo. Mas o Destino por vezes ilude-nos. Ainda há tão pouco tempo pensei ter encontrado uma oportunidade única em ser realmente Feliz, em ficar realmente completo. É inacreditável como o que sentimos pode estar tão errado. Como uma amostra de Amor nos pode iludir tanto e fazer desabar sobre nós uma tempestade de dor. É frustrante… Olhar para o que existia e achar tudo tão certo. Sentir que se está com a pessoa que foi feita para nós. Sorrir, brincar e sentirmo-nos tão bem. Como é possível a Vida iludir-nos tanto? Acho que jamais compreenderei mas isso cada vez importa menos.

Sejam diferentes. Ultrapassem-se. Excedam-se. Sejam especiais. Está tudo nos pequenos pormenores, nas coisas em que raramente nos apercebemos. Temos uma tendência natural para ignorar as pequenas coisas. Para subvalorizar o que por vezes é o mais importante. Não é nos grandes gestos, aqueles que mais dão nas vistas, que nos devemos focar. É no pormenor. No pormenor está o segredo das coisas. O que aparenta é o menos importante. Se quiserem conhecer verdadeiramente alguém, procurem os pormenores, os pequenos gestos, a forma como fala, o olhar. Se quiserem fazer alguém feliz, tenham atenção às pequenas coisas que nos trazem a alegria. Sejam vocês mesmos e Amem os outros por aquilo que são. Sem juízos de valor, com compreensão. Sejam livres presos a alguém. Prendam alguém na liberdade que lhes dão. Agarrem-se à vida e superem os obstáculos. O que importa é ser Feliz.

4/12/05

sábado, dezembro 03, 2005

Will you cross the river?



Indecifrável

Tudo o que existe faz-me entristecer
O cantar das aves, o sussurrar do vento,
O céu, o mar, o amanhecer
O verde das árvores, o passar do tempo...

A luz da manhã escurece-me o coração
A leveza do teu olhar esmaga-me no chão
A liberdade é como uma prisão
Todos os esforços para deixar de sofrer são em vão

Sinto tantas saudades dos momentos que nunca aconteceram
Tenho tanta vontade de voltar ao passado que nunca vivi
Os momentos que recordo como bons nunca existiram
Como posso ser feliz se o Amor nunca me sorri?

As nuvens brancas lembram-me masmorras negras
As árvores verdes assemelham-se-me a monstros de poluição
Os votos de paz recordam-me todas as guerras
A companhia dos meus amigos faz-me pensar na minha solidão

O silêncio de quem não pode falar
É mais notório do que as palavras que insistimos em gastar
A visão de quem não pode ver
É mais real do que tudo o que continuamos a conceber

A solidão é maior quanto maior for o Amor que não percebemos
O sofrimento é maior quando não temos quem mais queremos
O desespero aumenta quanto mais nos apercebemos
Que o tempo passa e nós continuamos a perder-nos
Na incapacidade de vermos
Que tudo o que sentimos
É a tristeza de sentir mais do que alguma vez pedimos

10/4/99

Need a new Angel...


És

És
És fogo e terra e ar e água
És alegria e saudade e mágoa
És a luz que escurece o meu mundo
És o motor de um sentimento vagabundo
És tão Tu
Assim como Eu sou tão Eu

És
És a sensação e a anestesia total
És vida e morte, mortalmente imortal
És sonho e és pesadelo
És lava ardendo num pedaço de gelo
És tão Eu
Assim como Eu sou tão Tu

És
És a melodia deste silêncio gritante
És a proximidade mais do que distante
És um desequilíbrio harmonioso
És um icebergue simplesmente fogoso
És tão Nós
Assim como Eu sou tão Nós

És
És espaço e tempo
És mar e céu e vento
És movimento e inércia, gesto e voz
És o sabor das palavras que nos deixam sós
És Tu
Assim como Eu já não sou Eu

23/9/99