sábado, dezembro 31, 2005

To L.

Voltar para a frente

Tudo o que me trazias fugiu
E eu não quis agarrar tudo o que existiu
Nasci para voltar a morrer
Nasci para voltar a morrer
Perdi a luz do teu ser
Perdi os sonhos e os planos
As memórias e os momentos
Os sorrisos os lamentos
E o brilho que existia em ti

Tudo o que me fazia tão feliz
Foi lançado aos ventos porque assim quis
O que em mim nasceu foi só para morrer
O que em mim nasceu foi só para morrer
Perdi o sol que me fazia arder
Perdi o sentido e a razão
A rota e o caminho
E fiquei tão sozinho
Sem tudo o que existia em ti

Eu não sei o que me deu
Para destruir tudo o que era meu
Eu não sei que voz choro
Nem que tempo demoro
A voar sem asas no teu céu

Eu não sei que loucura me cegou
Que vontade me prendeu e levou
Eu não sei que grito mais hei-de soltar
Nem que sonhos sonhar, nesta praia sem mar
Neste “nós” sem “eu”
Neste céu de veludo
Em que as estrelas são lágrimas
Em que tu eras tudo
Nas páginas de um livro que ardeu

Levei o mundo para longe de ti
E num sono profundo
Sem olhar para trás, assim parti
Levaste o mundo para longe de mim
E num último segundo
Suspiros sem rumo trouxeram um fim

31/12/05