terça-feira, agosto 28, 2007

Todos os dias me indigno

Vivemos num mundo que nos prende cada vez mais. Um mundo que nos faz adiar continuamente a vida. Somos escravos deste sistema imposto que nos obriga a pôr as questões relacionadas com trabalho e emprego sempre em primeiro lugar. Adiamos continuamente a vida, casamentos, filhos. Porque primeiro está a estabilidade económica e laboral. O problema é que essa estabilidade surge cada vez mais tarde, se é que vai surgir sequer para alguns de nós... Mais uma formação, mais um curso, mais umas horas a fazer não sei quê. Sempre mais alguma coisa que nos faz adiar o que realmente importa.

E trabalhamos, trabalhamos. Cada vez com menos condições e com a sensação que fazem passar de que já é uma sorte termos emprego. Isso irrita-me. Enerva-me solenemente quando me dizem "não te queixes que tens muita sorte em ter emprego sequer!". Como se ter emprego fosse um favor que me fizessem, como se por ter emprego tivesse que aceitar tudo e não devesse sequer manifestar-se. Como se quem me dá emprego fosse um deus a quem deveria orar todas as noites antes de dormir ou agradecer antes das refeições.

Mas mais que isto tudo, dá-me vómitos saber que existe quem aceite sujeitar-se às condições mais degradantes para ter um emprego. Vejo colegas meus a fazerem voluntariado em hospitais (na esperança de depois serem contratados) e pergunto-me se não virão que estão somente a ser usados pelo sistema e que em alguns casos é precisamente pelo facto de haver voluntários que não são contratadas mais pessoas. Será que não percebem que trabalhar sem serem pagos, sem terem quaisquer direitos é no fundo uma escravidão consentida? Para quê? Para depois ficarem atrás das cunhas nos concursos? Para conseguirem obter um contrato de 3 meses e depois irem para a rua?

Enoja-me esta politica de toda a gente ser dispensável apenas porque há mais gente para o lugar. A verdade é que esta não é uma política de mérito. Deixou de ser importante ser-se bom e passou a valorizar-se quem se cala, quem não luta pelos seus direitos, quem apoia o sistema nem que seja com o seu silêncio. Os direitos que temos são cada vez menos e nem o facto de estarem escritos em lei impede que sejam diariamente ignorados. Nunca me esquecerei de quando pedi o estatuto de trabalhador-estudante. Tencionava eu ter aquilo a que tinha direito por lei quando fui chamado, juntamente com os meus colegas, para falar com o director. Foi-nos dito que, como contratados, se quisessemos pedir o estatuto o poderiamos fazer mas que na altura da renovação dos contratos poderia não interessar à instituição fazê-lo uma vez que poderiam contratar para o nosso lugar enfermeiros que não estivessem a usufruir dessas regalias (redução de horário, horário compativel, dispensa para dias de exame, etc...). Fomos então "avisados" e demovidos a pedir algo a que temos direito por lei. Pensava eu que o que interessava aos serviços era pessoal com mais formação... Puro engano. O que interessa é pessoal barato e com o mínimo de regalias possivel. Se for mais formado, óptimo... desde que isso não traga qualquer encargo à instituição ou a instituição não tenha que ceder uma hora sequer para que esses profissionais se formem.

Estou farto de políticos. São uns mentirosos. A verdade é que há nas leis formas de incentivar as pessoas a se formarem, porém as leis não são seguidas. Há nas leis forma de acabar com a precaridade contratual pela qual passam (e se mantêm, sem fim à vista) os profissionais. Mas são os próprios ministros quem dá indicação e proíbe que essas soluções sejam usadas. Metade da minha equipa está a contrato e mesmo assim temos falta de pessoal e andamos sobrecarregados (a acumular horas que não são pagas e com um ratio de 1 enfermeiro para 30 doentes). Se somos precisos por que raio não hão-de dar-nos um vínculo estável à instituição? Simples... Porque em comparação com um colega de quadro eu tenho menos 6 dias úteis de férias (podendo chegar a 11 dias úteis caso os meus colegas tirem férias apenas em época baixa), não tenho subidas de escalão (o meu ordenado não é actualizável), não tenho direito a estatuto de trabalhador-estudante (tenho só em teoria) e o facto de estar a contrato mantém sobre mim a constante pressão de poder ficar sem emprego a qualquer momento mesmo que seja um profissional exemplar.

Estou farto destes governantes de merda. O dinheiro que é gasto em campanhas políticas, nos deslizes orçamentais das obras públicas, nas reformas absurdas de políticos e amigos, nas viagens dos políticos, nos desvios e corrupção das câmaras municipais... dava certamente para permitir aos jovens terem empregos e vidas estáveis, podendo preocuparem-se mais em viver e usufruir uma vida que é cada vez menos vivida.

Todos os dias me indigno.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Wolves and Sheeps

The pretty girl said
I love you but I don't want to be your wife
You're everything I've ever dreamed of
But I don't want to be your wife

And the fat man said
You are the best but we've hired someone else
There's no one who does it better
But we've hired someone else

So I look around
I feel there's something wrong
But I can't figure what
And I feel I must change
But I can't figure how

It's a crazy world this where we're living
It's a weird world we are living in

And the teacher said
I'm sorry but you've got to study harder
You're the best student I've ever had
But you've got to study harder

And the deaf girl said
I want to hear your voice
I can't hear a thing but
I want to hear your voice

So I ran away
I feel they're all insane
But I can't figure why
And I feel I gotta leave
But don't know where to

It's a crazy world this where we're living
It's a weird world we are living in

We are wolves and sheeps
We are weirdos and creeps
We are wolves and sheeps
We are weirdos and creeps

terça-feira, agosto 21, 2007

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

segunda-feira, agosto 20, 2007

Grande Hit



Saudades de ouvir isto em altos berros na Residência!

sexta-feira, agosto 17, 2007

KLW

E então eu falei-lhe do Amor Verdadeiro, da força que liga as almas. Contei-lhe os meus sonhos, de como quero envelhecer ao seu lado, da paz que espero um dia encontrar em nós, do meu desejo em ter filhos e netos e vê-los brincar, aprender, crescer... Falei-lhe das viagens que faríamos e dos passeios que daríamos à beira-mar, de maus dadas. Contei-lhe a história da nossa vida, os momentos que seriam só nossos. Mostrei-lhe a intensidade de um abraço de quem Ama e a sensação de voar em cada beijo. Limpei-lhe as lágrimas e agarrei-a firme para que nunca caísse.

E dormi ao lado dela. Todos os dias. Acariciando o seu cabelo e embalando-a num abraço de sonho.

Depois mostrei-lhe o que é Amar de pleno coração, sem duvidar, sem temer Amar, sem mentir e confiando nela como se confiasse em mim mesmo. Abri-lhe os olhos para visões do mundo que ela antes não via e contei-lhe os segredos da alma.

E ela abraçou-me. Prendeu-me a si como se não nos vissemos há mil reencarnações e houvesse em nós uma saudade sem fim.

Olhou-me nos olhos e disse: "You are so sweet and kind. I want to stay with you forever."


Todos os dias me sinto tentado a ir. Deixar tudo para trás e ir. Acreditar que não precisamos de nada mais do que um do outro.
Todos os dias sinto cada quilómetro que nos separa como uma lâmina que me dilacera em dor e desespero. O mundo é tão pequeno e ao mesmo tempo tão infinito.
Todos os dias desejo ter força para ir e poder confirmar se és tudo com que sempre sonhei.
Ajuda-me

quinta-feira, agosto 09, 2007

Everynight I feel like I'm...

Sleeping with Ghosts

Sleeping with Ghosts             Sleeping with Ghosts

Sleeping with Ghosts

Sleeping with Ghosts

Sleeping with Ghosts



Falta-me o ar...

Estou farto deste vazio de sentimentos que me assola. Farto de não conseguir retribuir sentimentos que têm por mim. Farto de não conseguir interessar-me ou desinteressar-me demasiado depressa. Farto de não conseguir imaginar-me ali para sempre. Farto que ponham em cima de mim a responsabilidade de ter que ser perfeito. Farto que me ponham num pedestal. Eu não sou perfeito, eu erro e preciso de sentir espaço para poder errar. Sem que me sinta pressionado a não errar. Sem que sinta essa pressão constante de ter medo de desiludir. Se há alturas em que os elogios são bem vindos, há outras em que se acumulam sobre nós como um terrível fardo.

Eu preciso de espaço. Preciso do espaço que é só meu e que não partilho com ninguém. Aflige-me o não poder estar sozinho, tanto ou mais do que o querer estar acompanhado e não poder. Preciso tanto do silêncio, da não obrigação de fazer o que quer que seja, de ter o momento só para mim. Eu preciso imenso de me sentir livre, sem fazer o que quer que seja por obrigação. Eu não sei funcionar à base de obrigações, eu não sei fazer as coisas sem ser por ter vontade de as fazer. Tudo o que assim não for, irá fazer com que sinta em mim um sentimento de falsidade, de falta de genuinidade. Eu não digo as coisas por dizer e se há coisa que me aflige é que o faça. Como se eu estivesse errado por não dizer coisas que não sinto, como se fosse culpado por não ter vontade de as dizer.

Falta-me o ar, sinto-me num cárcere.

terça-feira, agosto 07, 2007

Ad Maneana

Fechados nos dias
Lambendo as feridas infectadas da alma
Fluindo por entre venéreas orgias
Em busca da sensação que nos salva

Encarcerados nos espaços abertos
Em contínuos mergulhos para o nosso interior
Ouvindo os gritos de luz dos sonhos incertos
Na procura incessante de um alívio da dor

Um desejo, mais um
O de ser apenas uma onda neste mar que te afoga
Um desejo, mais um
O de provar somente uma gota deste mar que te afoga

As nossas palavras num constante rufar
De tambores que anunciam a felicidade
E os nossos gestos como um intenso trovejar
São batuques que ecoam pela cidade

Não esperamos pelo amanhã
Somos o amanhã
Fazemos o amanhã

Um desejo, mais um
O de ser mais do que uma onda nesta mar que te dá vida
Um desejo, mais um
O de provar a água toda deste mar que é a vida

domingo, agosto 05, 2007

.
.

.

It's your age

It's my rage

It's your age

It's my rage



sexta-feira, agosto 03, 2007

Remember me