quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Simplificar


Passei a:

- Tratar as pessoas do modo que me tratam

- Convidar quem me convida (sem interesses políticos ou institucionais)

- Procurar estar com quem procura estar comigo

- Conversar com quem mantém o interesse em conversar comigo

- Lembrar quem me lembra

- Estar lá para aqueles que estão cá quando eu preciso

- Ajudar quem me ajuda


E deixei de:

- Convidar quem nunca me convida

- Procurar estar com quem nunca procura estar comigo

- Tentar conversar com quem não tenta conversar comigo

- Lembrar quem continuamente se esquece de mim

- Estar lá para quem nunca está cá quando preciso

- Ajudar quem nunca me ajuda

sábado, fevereiro 24, 2007

uhm uhm

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Erase and Rewind


Há alturas em que me apetece "limpar" as pessoas que compõem a minha vida. A cada dia que passa há fossos que aumentam a um ritmo alucinante. Faz-me uma confusão imensa haver pessoas com quem conseguia passar horas a conversar e neste momento não haver tema de conversa para além de 2 ou 3 minutos. Faz-me impressão não ter vontade nenhuma de estar com pessoas que me foram tão importantes e que agora são somente um monte de recordações, pedaços de um Passado, nada mais que isso. Como se tivessem morrido e fossem agora apenas sombras. Como se já não as conhecesse. Como se fizessem parte da minha vida não o fazendo.

Sinto-me mal por haver pessoas que conheço há anos e anos, com quem passei milhares de horas e neste momento não haver nada mais para dizer do que "olá, como estás?". E "está tudo bem". E pronto, acabou ali o assunto, acabou ali a conversa. Já não há ligação. Já não há assuntos em comum. Já não há vontade de conhecer a outra. Esgotou-se. Acabou. Somos pessoas que se conheceram e não são capazes de assumir que já não se conhecem. Somos somente conhecidos. Tudo o resto é memória, tudo o resto é recordação. Mais ou menos importante mas somente isso, recordação. E mesmo as recordações vão devanecendo, se vão esbatendo no passar dos dias.

Quando me ponho a reflectir no quão conheço as pessoas que fazem parte da minha vida, acabo por me aperceber de que há algumas que simplesmente deixei de conhecer. Deixei de saber como são os seus dias, que coisas as atormentam ou fazem felizes. Deixei de saber os seus planos de futuro, os seus sonhos, os seus desejos. E o pior é que as considero pessoas amigas. Mas como podem ser amigos se não os conheço? Como posso atribuir esse termo a pessoas com quem falo duas ou três vezes por ano? Como posso considerar amigas pessoas que não fazem a mínima ideia de como estou, do que faço, do que existe na minha vida?

E quando há coisas que ficaram por dizer, os fossos mais rapidamente se instalam. E vem o desconforto. Vem um imenso desconforto sempre que se tenta fazer de conta de que está tudo bem, como se as feridas nunca tivessem existido. Conversas da treta, de circunstância. Tenta-se inventar assunto mas só existe desconforto. Falta de vontade de continuar a conversa que no fundo é somente um trocar de palavras sem interesse. Tenta-se brincar mas tudo parece forçado, porque as feridas estão lá. As palavras que ficaram por dizer são fantasmas que criam muros e barreiras. E o fosso continuará a alastrar até que se evite sequer dizer "olá". Porque não haverá nada mais para dizer após o "olá, como estás?". E ninguém gosta desse desconforto, dessa faca que nos corta em desilusão. Preferimos evitar sequer falar. E o fosso alastra. E as pessoas deixam de ter qualquer tipo de ligação que não seja a memória de momentos passados.

Apetece-me apagar da minha vida muita gente. Porque me dói saber que há pessoas que estiveram tão perto e neste momento já não significam nada. São nomes, são endereços de email e msn, são fotos, são memórias. Deixaram de ser pessoas. São cartas que já não fazem qualquer sentido. São avisos de MSN de pessoas que por mais que fiquem online já não nos dizem olá. Estão lá e não estão. Estamos todos no mesmo sítio (internet) e completamente afastados. Ignorando-nos uns aos outros. E já ninguém toma iniciativa. E se tomamos, ou não há resposta, ou fala-se durante 2 ou 3 minutos, ou recebe-se um "agora estou um cadito ocupado".
A verdade é que cada vez tenho uma maior vontade em apagar esses endereços todos e deixar os poucos que ainda fazem sentido de existir. Para quê ter o endereço de pessoas com quem não falo? Para que serve? Para me massacrar? Para me lembrar de que estão ali pessoas que fizeram parte da minha vida mas que neste momento já não fazem? Apetecia-me que a internet deixasse de existir e pudesse acreditar inocentemente de que é a distância física que nos leva a isto. Mas não é. A distância física é o menos, no meio disto tudo.

Apetece-me começar a vida de novo. Noutro lugar. Com pessoas novas. Desta vida levava apenas algumas pessoas, poucas...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Music

Sempre me intrigaram as pessoas que só ouvem um género de música. Pergunto-me se terão em si menos sentimentos ou se os que têm se resumem todos ao mesmo. Não me consigo imaginar limitado a apenas uma forma de expressão. Preciso tanto da música clássica como do rock, do heavy metal ou do pop (entre outros). Se há dias em que necessito de ouvir música calminha, outros há em que nada me sabe melhor do que ouvir música bem pesada.
Afligem-me os consumidores de MTV, aqueles que ouvem somente a música que está na moda, que não se dão sequer ao trabalho de perder tempo a ouvir géneros musicais diferentes do convencional. A boa música, na maioria das vezes, não é aquela de que se gosta à primeira. Mas é sem dúvida aquela que ao fim de 10 ou mais anos nos consegue ainda fazer sentir.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Everything and Nothing


Tantas camas onde me deitar
E nenhuma que me faça dormir
Tantas mãos que me puxam
E nenhuma que me prenda

A máscara que ri em ti

Faz de conta que não vês
Que não sabes, que não lembras
Que não sentes a solução morrer
Prendida ao vício de não saber mudar

Quantos de mim vês?
E quantos de mim consegues ter?
Quantos em ti te conseguem levar
Aos sonhos que temeste sonhar?

Só hoje vi
Que metade de mim
É o triplo de ti

Só hoje vi
Que metade de mim
É o triplo de ti

Vivo para saber que não tiveste
Nem um décimo do que tinha para te dar
E rio ao voar, por saber que não viste
Um centésimo do que te quis mostrar

Quem te fez, quem te construiu
Foi a fábrica da minha invenção
E quando fechou, logo tudo em ti ruiu
Pois eras somente produto da imaginação

Só hoje vi
Que metade de mim
É o triplo de ti

Só hoje vi
Que metade de mim
É o triplo de ti

Em cada olhar uma faca
Que se crava na memória
E em cada memória
Um caminho que se esgota

sexta-feira, fevereiro 16, 2007


Mind's Eye Weekend

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Princess of Hearts


Como cometas doces
Ardendo em pedaços de magia
Como cascatas quentes
De chocolate e fantasia

Como relâmpagos fofos
Estoirando num céu de ilusão
Como se o vento fosse o sangue
Que se desfaz no coração

E voamos presos a balões vermelhos de Amor
Por entre nuvens de sorrisos
E arco-íris sem cor

E abraço-te por dentro
Abraço-te por dentro
Abraço-te por dentro

Beijos estrelados
Sonhos pintados
De luz, música e poesia
És tu o meu dia
És tu o meu dia

E voamos soltando confettis vermelhos de Amor
Por entre estrelas de sorrisos
E arco-íris sem dor

E beijo-te por dentro
Beijo-te por dentro
Vejo-te por dentro

No need to argue



No need to argue - The Cranberries

There's no need to argue anymore.
I gave all I could, but it left me so sore.
And the thing that makes me mad,
Is the one thing that I had,

I knew, I knew,
I'd lose you.
You'll always be special to me,
Special to me, to me.

And I remember all the things we once shared,
Watching T.V. movies on the living room armchair.
But they say it will work out fine.
Was it all a waste of time.

'Cause I knew, I knew,
I'd lose you.
You'll always be special to me,
Special to me, to me.

Will I forget in time, ah,
You said I was on your mind?
There's no need to argue,
No need to argue anymore.
There's no need to argue anymore.

Ouuu, ouuu, ouuuu...
Special.

Setecentos e trinta... e um

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Next time, I promise we'll be...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Yes, Oui, Ya, Si, Sim


A questão do aborto tem sido de tal modo debatida que até me dá vómitos cada vez que ligo a TV e se está a falar disso. Pergunto-me sinceramente se com esta conversa toda terá havido alguém que tenha mudado a sua opinião.
Ainda não tinha comentado isto aqui e até estava para não comentar. Mas como está na moda (e eu sou um gajo de modas, ui se sou!) e, para além disso, eu hoje estou somente nauseado e a precisar de ajuda para vomitar, decidi também deixar algumas palavras sobre este assunto.

Sou a favor da liberalização e nunca o escondi. Acho preferível a mulher abortar numa clínica preparada para o efeito e com condições de higiéne do que se mantenha a situação actual. Os abortos vão sempre existir e não vai ser uma lei proibitiva que os vai acabar. Até parece que as mulheres abortam por prazer, parece fácil... Então bora lá metê-las em cadeias, essas assassinas sádicas! Ah esperem... A lei existe mas não se aplica... Faz sentido, há coerência... Há que manter uma lei não porque se aplica mas porque sim. Porque é preferível manter o clima de acusação e criminalização de quem aborta (a mulher que decide abortar já sofre pouco com o processo em si, então o melhor é mesmo obrigá-la a fazê-lo às escondidas, em condições degradantes e chamar-lhe criminosa. Ajuda muito...). Porque é preferível que as mulheres pobres continuem a abortar em condições precárias e muitas vezes sujeitando-se ao risco de morte ou à impossibilidade de voltar a ter filhos. Grande lei, sem dúvida...

As incoerências irritam-me um bocado. Curiosamente, os defensores do "não" estão na maioria ligados a ideologias de "direita". Os mesmos senhores que defendem os "patrões", que apoiam leis que tornam as condições dos trabalhadores cada vez piores, são aqueles que se preocupam tanto com "o direito à vida". Direito à vida? E o direito a condições de trabalho que permitam às mães (e aos pais também!) cuidar dos seus filhos como deve ser? E o aumento dos salários e subsídios para que não falte nada às crianças e para que os pais não tenham que trabalhar em dois sítios ao mesmo tempo para as sustentar? Sim, porque é importante que os pais passem tempo com os filhos. E lhes dêm condições. E sinceramente, isso é bem mais importante do que esta questão de criminalizar as mulheres que praticam o aborto. Senhores que de manhã mandam despedir x empregados, reduzem os salários e as regalias dos que ficam e à noite vêm falar das "pobrezinhas das criancinhas", não obrigado! Faz-me lembrar a velha história do vendedor de droga que todos os domingos vai à missa...

Mas vou mais longe. Se uma namorada minha engravidasse por alguma falha no método contraceptivo, eu não teria qualquer problema em apoiá-la num aborto caso fosse essa a decisão dos dois. Da mesma forma que se ambos achassemos estarmos preparados para assumir um filho, também o faria.

Sinceramente, já que falamos em questões de "vida", custa-me muito mais ouvir aquelas histórias de pessoas que enterram ninhadas de cães ou gatos, do que ouvir falar num aborto quando feito nas primeiras semanas. Sim porque os animais não têm propriamente culpa de se reproduzirem, é a natureza deles, só seguem o seu instinto. E que fazem os políticos em relação ao direito à vida por parte dos animais? Mais, em relação às condições com que são tratados em aviários, laboratórios, estábulos, pocilgas, etc... Que preocupações há em relação a isto? E a Igreja? Ah esperem, para a Igreja os animais são seres menores. É bem, não há nada como uma visão egocêntrica em relação à espécie humana. Somos superiores, o resto que se lixe...

Ambos os lados têm as suas razões. E com a sociedade tão dividida eu considero que nenhuma das partes deveria obrigar a outra a ceder nos seus valores. A verdade é que esta lei faz com que os apoiantes do "sim" sejam obrigados a abdicar dos seus valores e a seguir os valores dos apoiantes do "não". Já o contrário não se verificaria com a despenalização... Pois, uma vez despenalizado o aborto, ninguém seria obrigado a abortar.

Aproveito ainda para deixar o link para um artigo do meu amigo Slinkman, que subscrevo -> http://chapeude3bicos.blogspot.com/2007/01/tons-de-cinzento.html

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Weee :-D


Smashing Pumpkins regressam a Portugal a 9 de Junho.

Os Smashing Pumpkins são o quarto nome a fazer parte do festival que decorre no Passeio Marítimo de Algés entre 8 e 10 de Junho.

A banda, que para já conta apenas com Billy Corgan e Jimmy Chamberlin da formação inicial, regressa a Portugal para actuar no segundo dia do festival. Os Smashing Pumpkins lançam depois o novo álbum «Zeitgeist» que marca o retorno à actividade depois de anos de separação.
Para este festival, estão também confirmados os nomes dos Pearl Jam (dia 8) e Da Weasel e Beastie Boys (dia 10).

Fonte: Diário Digital
Se não acontecer nenhum cataclismo, lá estarei ;)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

How I miss Heaven



Show me, show me, show me how you do that trick
"The one that makes me scream" she said
"The one that makes me laugh" she said
And threw her arms around my neck......

domingo, fevereiro 04, 2007

Moving on and on

Foto: Rikki Kasso

Sem rumo

Mais uma noite
E menos um dia
Mais uma cama
Que não é a minha
Mais um corpo que se solta
Numa paixão vazia

Mexes comigo

Se te tiver
Vou-te esquecer
O que hoje te dei
Amanhã vai morrer

Se me tiveres
Vais-me perder
Que eu não quero ficar
Onde não me sei prender

Mais um beijo
E mais solidão
Mais uma loucura
Em mais um colchão
São os sonhos que te prendem
Enquanto me fogem da mão

Mexes comigo

Se te tiver
Vou-te esquecer
O que hoje te dei
Amanhã vai morrer

Se me tiveres
Vais-me perder
Que eu não quero ficar
Onde não me sei prender

Mexes comigo

Amor Vento



"Quem foste que me deixaste pendurado

Nessa linha azul?

Deste-me o teu número errado

Interrompido no Passado"

sábado, fevereiro 03, 2007

Big Brother's Watching


À procura da Terra do Nunca



"How far can your imagination take you?"


Hoje não me saiu da cabeça um filme que vi há 2 anos e qualquer coisa. "Finding Neverland" (À procura da Terra do Nunca). Vi-o com duas pessoas que queriam ver um filme de acção e não tiveram paciência para ficar até ao fim. Acabei por vê-lo praticamente todo sozinho. Marcou-me. Lembro-me de no fim do filme ter aquela sensação de vazio, como um buraco enorme no meio do peito. Um turbilhão de emoções complicadas. Ainda por cima estava sozinho no escuro. Lembro-me de ligar à minha namorada e de lhe dizer que me apetecia muito voltar à Eurodisney, libertar a criança que existe em mim. Lembro-me da nostalgia e tristeza de me aperceber de que teríamos que esperar cerca de 6 meses até conseguirmos ter tempo livre os dois. Nunca chegámos a ir...

É um filme que fala à criança que existe em nós. É um filme lento mas capaz de mexer connosco se o virmos não só com os olhos mas também com os sentimentos.

Tenho vontade de ir para a Terra do Nunca. O sítio onde as crianças nunca crescem. Sinto tantas e tantas vezes que as coisas da vida que me fazem feliz são muitas vezes as mesmas que faziam quando era criança. Tenho saudades da felicidade inocente. Tenho saudades de não ter praticamente responsabilidades nem de ter que fazer escolhas. Tenho saudades de os problemas nunca serem "problemáticos".

Tenho muitas, muitas saudades da Inocência. De acreditar que todas as pessoas são boas. De não me preocupar com o futuro. De acreditar nos sentimentos. Tenho saudades de acreditar que o Amor é maior que tudo, que tudo vence e que nos faz superar qualquer obstáculo.

Finding Neverland é sobre isso. Sobre a Inocência. Sobre o "fantasiar" mas acima de tudo sobre o "acreditar". Ao ver o filme revisitei-me. Revi a criança que existe em mim e que eu não quero nunca que morra. Porque o melhor do mundo é "rir". E para se rir de verdade não é preciso mais nada do que duas pessoas com imaginação. A mesma imaginação que nos faz sonhar, que nos faz acreditar e tantas vezes nos encaminha no sentido da desilusão, é também a nossa ligação mais estreita à Inocência e à criança que existe em nós.

O meu sonho é encontrar alguém que me permita "visitar" a Terra do Nunca constantemente. Alguém que, tal como eu, adore rir. Adore sonhar, adore imaginar. Alguém que acredite na inocência da felicidade.

Vens comigo à Terra do Nunca?


"As crianças nunca deveriam ser mandadas para a cama. Acordam sempre um dia mais velhas."