terça-feira, julho 24, 2007

Administração de poios em serviço


Como o Natal é no dia 25 de Dezembro, hoje optarei por reflectir sobre uma prática que é cada vez mais comum no meio laboral: o "cagar no serviço". Perdoem-me o uso da palavra "cagar" mas é-me difícil encontrar outra que reproduza tão bem esse acto tão nobre que é espetar um poio numa sanita. "Defecar" é uma palavra que soa mal e até me provoca algum desconforto quando a utilizo. "Fazer cócó" é porreiro quando a nossa idade é inferior a 3 ou 4 anos e utilizamos apenas um léxico de expressões ridículas ("fazer pipi"; "fazer ó-ó" entre outras que, só de ouvir, me dão vontade de pegar num machado e matar toda a gente que encontro). Por isso vou utilizar mesmo a palavra "cagar"! Quem se sentir ofendido pela minha utilização desta expressão tão rude e badalhoca faça favor de não ler mais!

Ora bem, onde é que eu ía? Ah! No cagar em serviço. Pois é meus amigos, este fenómeno é fantástico. Devo confessar que levei algum tempo a conseguir trair a minha sanita de casa e mandar umas (cagas) por fora. Tentava sempre aguentar até chegar a casa e espetar o poio na minha sanita. Porém, desde que o café usado no bar do serviço mudou, fui incapaz de ser fiel à minha poltrona cagatória. O café é tão mau e intragável que dez minutos após o ter ingerido já não consigo controlar o esfíncter anal. O meu corpo faz tudo para eliminar qualquer resto de café que haja em mim. Mesmo diluindo o café em leite (galão), não consigo chegar ao fim do turno sem que dentro de mim ocorra uma revolta intestinal tal que a única solução é sentar-me na sanita do serviço e deixar fluir tudo o que existe dentro de mim (literalmente). E foi assim que descobri esta prática de cagar em serviço.

Cagar em serviço tem várias vantagens. Primeiro que tudo, utilizamos o papel higiénico e a água do estado, poupando algum dinheiro. Depois há o facto de estarmos a ser pagos para cagar (não nos é descontado do ordenado o tempo que passamos na sanita). E como se não bastasse isso tudo, quando estamos a cagar ninguém nos chateia. Pode haver um cataclismo no serviço que a última pessoa a ser chamada é a que está a cagar. Há sempre aquela coisa: "Epah não o incomodes que ele tá na casa-de-banho". É uma maravilha, está um gajo sentadinho a expressar-se analmente para a sanita e à nossa volta estão os outros a trabalhar no duro. Dá uma sensação única de poder, de superioridade, de intocabilidade! Mas, como todo o poder, quando usado pelas pessoas erradas dá mau resultado. Assim, há pessoal que desenvolveu uma técnica infalível de evitar o trabalho. Nos momentos em que há mais que fazer, fecham-se no WC até a coisa amainar. Quem não conhece alguém com estas características? Em todo o lado há destas pessoas que usam o WC como refúgio, como forma de fugir ao trabalho. No meu serviço havia um auxiliar que não só passava 60% do turno no WC como até almoçava lá!! Eu sempre me questionei se o almoço em plena sanita teria um gostinho especial. Porém nunca tive coragem de perguntar nem de experimentar... É que eu quando cago não consigo sequer estar a mastigar uma pastilha. Imagino os gases a condensarem e a colarem-se à pastilha e eu depois a mastigá-la...

Deixo agora algumas dicas para aproveitarem ao máximo esta maravilha da ciência, da técnica e da natureza que é o cagar em serviço:
- Façam-no após o café e em horas que haja mais trabalho;
- Verifiquem sempre se há papel higiénico antes, é chato ter que andar a gritar dentro do WC a pedir a alguém que nos arranje;
- Se o WC tiver janela para o exterior abram-na, não é nada bom tar a levar com os gases e também é chato quando alguém vem usar o WC a seguir a nós e está um cheiro capaz de provocar paragens cardio-respiratórias;
- Verifiquem sempre o estado da sanita antes de se sentarem e não se esqueçam de a forrar com papel higiénico;
- Informem alguém de que vão cagar, assim não vão andar à vossa procura e podem estar mais sossegados.

E pronto, se se lembrarem de mais sugestões agradecia que enviassem!

1 Comments:

Blogger Rúben Maia said...

Aqui vai então:

- Treinem a vossa capacidade de sincronizar espirros ou tosse seca com os momentos de maior fernezim cagatório. É que, geralmente, os WC não ficam muito afastados de vestiários ou corredores, pelo que os vossos rateres desmesurados podem ser ouvidos por profissionais ou mesmo doentes. Note-se que a intensidade sonora de um peido é aumentada em muito quando libertado num ambiente fechado de louça que é a retrete!

- Antes de cagar, certifiquem-se que não há resíduos de cagadelas ou mijadelas anteriores à vossa na sanita. Por vezes os poios mais pesados podem cair directamente na agua e é sempre desagradável levar com a urina da auxiliar ou com o cagalhoto do administrativo nas bordas do cu.

12:06 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home